Lago Titicaca e N. Sra. de Copacabana

Foi uma passagem rápida, estava a caminho de La Paz, mas suficiente, o Lago fica entre o Peru e a Bolívia, fui presenteado com um belíssimo dia de sol e cheguei a Nossa Senhora de Copacabana logo cedo, embora o nome seja bem conhecido dos brasileiros o vilarejo não é uma praia 😃  e sim uma igreja praticamente, bastante bonita e trabalhada na arquitetura hispânica.
No vilarejo já chama a atenção os trabalhos em madeira, tradicionais na região, os nativos mostram grande habilidade nos brinquedos e entalhes, também o junco é muito usado, e surpreende que eles criam ilhas flutuantes vivem sobre o junco, onde casas e comércio são estabelecidos, camada sobre camada de junco é renovada no “piso” da ilha a cada poucos meses, barcos são construídos com muito charme, e o turismo ativado pela curiosidade de como é possível uma vila sobre uma “balsa”.
O lago em si é uma imensidão, mal saímos do porto e já se perdia a vista dele, com a água em um tom azulado forte é belíssimo, passamos o dia circulando de lancha algumas poucas ilhas, a maioria flutuantes, a primeira com cerca de 200 pessoas vivendo, e até um posto do correio presente, foi a mais interessante, embora flutuante e com o piso um pouco “fofo” era bem estável, parecia seguro, e de certa forma acolhedora.
A ilha principal próximo a costa, entretanto, não era flutuante, Ilha do Sol, onde templos Incas se espalham, menores e menos elaborados que os templos de Cusco são datados em cerca de 100 anos antes de Cusco, o que pra mim mostrava quanto os Incas evoluíram em tão pouco tempo, a arquitetura, entretanto é praticamente a mesma.
Os homens usam uma espécie de touca vermelha, as mulheres vestem-se com saias estruturadas e seu chapéu coco meio de lado, é bem interessante ver o povo na rua, a personalidade própria que cultivam nessas tradições me remete a força de uma cultura que pouco conhecemos.
Outra característica que chama a atenção é o idioma, só os guia se atreviam a falar espanhol, com forte sotaque é verdade, meio arrastado, as vezes até gaguejado, tanto na vila de Nossa Senhora de Copacabana quanto nas ilhas e qualquer lugar por ali somente o Quechua, idioma dos Incas, a comunicação por mímicas se torna fundamental pra tudo pra quem passa por lá sem conhecimento algum nesse idioma, como eu.
No fim da tarde já segui meu caminho para La Paz, mas essa parte da viagem deixarei pra outro post! Curtam algumas fotos.