O nome desse destino já sugere algo interessante, não sei até hoje se é romântico a origem dele ou literal, fico na primeira opção pois de fato não encontrei abelhas por lá, mas praias interessantes, um farol, um forte e uma simpática gruta.
A viagem foi um pouco cansativa saindo de Sampa com as escolhas de transporte que fizemos, passamos a noite em um ônibus, e apesar de verão a fama de Curitiba não desapontou e passei frio em alguns trechos, de lá seguimos pra serra, também de ônibus, pois os horários de trem não ajudavam, a serrinha antiga inspira, mas também evita as fotos, o ônibus balança muito. Chegando ao porto de Paranaguá fiquei surpreso com o movimento, muita gente, poucas balsas, amargamos mais umas horinhas de espera, sem problemas, tudo dentro do esperado para qualquer viagem, enfim no meio da tarde chegamos a Ilha.
A primeira surpresa na ilha foi uma tempestade, ansiosos por um pouco de praia, a chuva veio com vontade, depois soubemos que o clima lá alternava fortemente entre estremos, manhã com sol e calor, tarde com tempestades, mas como primeira impressão e contratempo pra montar as barracas nos vimos presos a uma mesa de bar (não que isso seja ruim) até quase o fim da tarde.
Passados os contratempos, tudo começou andar muito bem, logo cedo nos animamos com o dia ensolarado e partimos para conhecer a ilha, haviam 2 pontos turísticos, um mais popular, com mais pousadas também e outro preferido por quem acampava, como a gente, próximo ao farol, mas o dia nos animou e logo nesse primeiro dia já atravessamos a ilha em direção ao outro ponto, depois voltamos numa pequeno barco que fazia o trajeto entre eles, foi bem legal.
A atrações eram bem variadas, o estreito acabou me cativando, até então eu nunca havia visto nada parecido, uma praia em meio a “dois mares” se é que se define assim, mas eu passei a procurar tudos os ângulos possíveis daquele lugar.
Claro que a chuva diária nos levava com frequência a segura mesa do bar, acabamos aproveitando o tempo para ótimas conversas, especialmente com o dono que gostava de contar algumas lendas de corsários que teriam passado por lá, não eram exatamente coerentes, mas divertidas sim, foram dias agradáveis.
Nessa viagem, entretanto o retorno foi um capítulo a parte, diferente de quase todas as viagens que têm retornos silenciosos, que misturam o cansaço e alegria de ter conhecido algum lugar com aquela sensação desagradável de recomeçar a rotina. Voltamos de trem.
A subida da serra de trem a partir de Paranaguá é muito interessante, a paisagem mistura uma serra bem preservada a pequenas construções muito antigas nas estações, algumas muito bem preservadas, mesmo com moradores próximos, o sentimento é de túnel do tempo, a baixa velocidade do trem me animou a tentar algumas fotos abusadas (Por favor, não recomendo a ninguém se colocar meio corpo pra fora de um trem em movimento atrás de fotos, ok? Mas eu fiz, e tomei muitas chamadas do cobrador), eu queria captar o movimento do trem, qualquer dia me contem se fui feliz.
Mesmo devagar enquanto subimos a serra o clima mudava rapidamente, do sol quente no porto a uma neblina refrescante pouco antes de chegar ao topo, esse trecho de trem vale muito apena, foi inesquecível. Espero que gostem das fotos.