Morro do Cambirela em Santa Catarina

O Cambirela não é muito alto, cerca de 1.000 metros, também não precisa de grande logística pra chegar por lá, fica bem na beira da estrada, mas passei um dia mais que divertido por lá, os amigos que serviam de guias abusaram da sorte, mas isso tornou o passeio mais interessante.
O Cambirela tem uma trilha oficial, que não conheci, mas a opção dos meus amigos foi subir por uma cachoeira seca, que é quase uma escalaminhada 😃 com algumas pedras não muito estáveis, mas é uma subida muito rápida, em menos de quarenta minutos estávamos no topo, e como brinde, durante todo o trajeto a vista do sul da Ilha e das praias de Palhoça motivava subir cada vez mais.
O abuso da sorte começou logo na estrada, chegar a cachoeira envolvia passar por terrenos particulares, que felizmente só tinham as placas de “Cuidado – Cão bravo”, o cachorro mesmo, não vimos.
No alto, a vista é realmente bela, vale mais que o esforço, também brincamos com pequenos espelhinhos, na orla sempre alguém respondia ao reflexo deles com outros reflexos, quase que se pode imaginar como se comunicavam em outros tempos.
Quando já estávamos há mais de hora no topo outros caminhantes chegaram por lá, muito mais precavidos que nós, haviam feito a trilha oficial, carregavam muitas máquinas fotográficas e tripés, saíram muito cedo e levaram quase duas horas pra chegar lá, de certa forma acho que nossa escolha foi mais divertida.
Por fim decidimos descer, a cachoeira era uma opção ruim devido as pedras soltas, seria difícil, meu amigo sugeriu uma alternativa que ele considerava mais rápida, mas não quis entrar em detalhes, apenas repetia, me segue! Me segue! (talvez ele desconfiasse que se entrasse em detalhes, eu não o seguiria, e estava certo)
Assim, andamos alguns minutos pela trilha e ele então apontou pro mato alto na lateral direita e disse, é por aqui, entrou no mato que praticamente nos cobria e desapareceu, eu ouvia cada vez mais longe a frase, vem, me segue!
Bem, eu fui! Logo que entrei no mato cai de bunda e não conseguia mais me levantar, a terra seca e o ângulo do morro me faziam escorregar demais e por quase 5 minutos foi assim, até que a frase do guia mudou, PARA! PARA! Agarre os matos…. e obedeci, claro!
Mas a surpresa mesmo foi ao conseguir levantar, não restavam nem 20 metros de “escorregador”, estávamos no topo de uma enorme pedreira desativada, com uns bons 100 metros de queda, eu passei vários minutos seguintes xingando meu amigo, por mais que tenha gostado do escorregador.
Do alto dessa pedreira até a orla a caminhada não levou 10 minutos, e sem considerar a doideira de subir e descer sem qualquer consideração pelos riscos, foi muito divertido…