Falar por metáforas era um recurso usado na antiguidade para perpetuar o conhecimento. Alguns estudiosos acham que as metáforas eram criadas para manter a aura de ingenuidade nos ensinamentos, outros consideram que as metáforas protegiam o ensinamento da censura tirana de governantes pouco interessados que todos tivessem acesso a eles.
De qualquer forma as metáforas se tornaram uma ferramenta comum em filosofia, mitologia, e em praticamente todos os livros sagrados e oráculos que nos guiam em nossas jornadas espirituais.
Eu gosto muito de metáforas e gostaria de compartilhar uma que fala da necessidade de luz.
Trata-se do quarto escuro. Será que queremos viver num quarto escuro?
Imagine ser colocado em um quarto escuro, sem nunca ter visto este quarto na presença da luz. Mesmo aos virtuosos seres humanos mais pacientes, uma hora vem a angustia de estar parado no tal quarto escuro e a necessidade de se movimentar surge.
Já me imagino, pouco paciente, tentando me movimentar:
Primeiro passo: Opa, quem colocou essa cadeira aqui?
Segundo passo: Acabou o quarto. Parede… ai minha cabeça!
Terceiro passo: Só consigo pensar em ser prudente… desisto de andar, como me faz falta uma vela.
A vela, eis a questão. seres humanos, por mais brilhantes que sejam, não produzem luz. todo mundo que passou pelo primário sabe que somente refletimos luz. precisamos da luz produzida por algo externo a nós, como a vela, o sol ou uma lâmpada. Assim como precisamos da luz para vermos as saídas, precisamos da palavra lúcida, que nos ajuda e orienta em momentos de dúvida.
Ao imaginar que a luz precisa vir do mundo podemos associar isso a comunicação, eis uma faceta dessa metáfora, por mais tagarelas que somos (ou não), nossas ideias são no máximo equivalentes a nossa fraca capacidade de apalpar o quarto, e portanto, pode ajudar pouco a vermos os horizontes distantes de nossas dúvidas, tudo fica meio (ob)sccuro. Claro que com a experiência, como o tempo, podemos aprender mais e mais, e ter um ótimo tato, como as pessoas cegas desenvolvem, mas nunca será equivalente aos nosso olhos e a capacidade deste de lidar com a luz que chega a ele.
Assim, a comunicação, a troca de informações com pessoas com visão diferente da nossa, funciona como luz para iluminar os caminhos que precisamos andar diariamente, ela contribui para clarear as decisões e oferece em troca a possibilidade de um aprendizado, a cada experiência trocada pela comunicação em duas pessoas, nos oferece a oportunidade de aprender algo, e não há satisfação maior que o aprendizado. Devemos aproveitar as oportunidades e aprender.
Observe a mistura que já fazemos nas palavras usadas para o quarto iluminado e comunicação,
Quando recebemos a luz as coisas ficam claras, assim como as ideias com comunicação, os caminhos se iluminam como nossa visão, nossos olhos e mente recebendo a luz.
Quando alguém é capaz de levar a palavra certa em cada situação, dizemos que é um ser iluminado. Querendo elogiar sua capacidade de comunicação e sabedoria.
Quando as pessoas tem consciência da realidade dizemos lúcidas, do latim: “cheias de luz”.
Quando as palavras fazem sentido, dizemos que estão “claras” pra nós.
Mas luz demais também atrapalha, sim há outro lado para a metáfora, luz demais ofusca, que é sinônimo de obscurecer. Assim a luz é algo que devemos usar sem exagero, bem como a comunicação, é necessário bom senso para que possamos nos comunicar corretamente.
Esse texto é na verdade um convite, pra que todos nós pensemos como é importante que facilitemos a comunicação, que todos nós nos esforcemos pra trazer clareza as relações, pra iluminar as ideias, pra que de forma lúcida tomemos decisões e com isso possamos contribuir para que ninguém se sinta angustiado em um quarto escuro, esquecido e limitado aos seus (nossos) parcos sentidos, sem o apoio externo que sempre esperamos chegar a nós, como a luz!
O simples ato de promover a luz é generoso, e é nobre ser generoso, mas se não se sentir generoso ou nobre nesse momento, pode agir de forma egoísta, se esforce para iluminar o mundo para que não se sinta sozinho em um quarto escuro, eu lhe garanto que ego algum quer viver sozinho esquecido em um quarto escuro. seja qual for seu “ismo”, só há um caminho, o caminho da luz, da comunicação.
O termo “egoismo” merece uma divagação dessas minhas “só pra ele”, mas pra não ficar solta a associação acima, “-ismo” tem origem do francês popular, e indica a “maneira de ser”, “modo de pensar”, portanto “egoismo” é “pensar através do ego”… mas já estou fugindo do assunto!
Voltando a metáfora que escolhi pra esse texto, todos precisamos juntos trabalhar pra trazer luz a nosso dia a dia!
Com a luz não iremos tropeçar em coisas bobas e sem importância, como as cadeiras da vida, ou ser barrados por paredes que bloqueiam nossas ideias (ou cabeça), não as vemos na escuridão.
Com a luz escolheremos os caminhos corretos, acharemos as soluções mais iluminadas, aprenderemos e teremos o progresso como conquista!
Sorria e se comunique com clareza, ajude quem você puder a sair da angustia dos quartos escuros, seu dia se iluminará!
Abraço a todos. e bom feriado.
Sim, luz na medida certa para uma comunicação transparente, para que todos compreendam e reflitam com a mesma transparência !