Eu nunca tive dúvidas que todos queremos acertar na vida e ser felizes, mas qual a nossa motivação pra essa jornada, é a motivação que nos leva a escolher alguns caminhos e são esses caminhos que nos definirão como pessoas.

Podemos imaginar por exemplo que uma pessoa motivada em ter poder poderia não ser atenta a ética, que estaria disposta a utilizar qualquer meio para atingir seus fins, poder e ética não se excluem, mas facilmente se distanciam, talvez confirmando o senso popular: “O poder corrompe”. Mas de fato pessoas no poder acabam isoladas, e talvez percam o que lhes motivava.

Há também as pessoas motivadas pelo medo, estas não se preocupam em melhorar nada, aceitam facilmente o que a vida lhes impõe, muitas vezes convivem com uma angustia de origem desconhecida, que se origina provavelmente da incerteza do dia de amanhã. Mas como apenas vivem cada dia, acreditam na intensidade das coisas para trazer a felicidade, são parecidos com os viciados e drogas, inconscientes, inconsequentes e dominados pelas circunstâncias.

Outras se motivam pelo dinheiro, para essas qualquer sacrifício é válido, quase sempre alimentam o sonho de uma posição melhor na vida, de “mudar de patamar” (como se o patamar não estivesse dentro de nós), infelizmente essas pessoas podem não se atentar aos limites necessários para a felicidade, passam a vida buscando um patamar mais alto e se esquecem de viver.

Algumas se motivam por causas nobres, como ajudar aos outros o tempo todo, sentem-se responsáveis pela felicidade dos menos favorecidos, mas será que estes “desfavorecidos” querem realmente ajuda? ou melhor seria que se desenvolvessem por seus próprios meios, no seu próprio tempo, com apoio dos que julgasse necessários, mas não uma ajuda assistencialista. A motivação por causas nobres tem uma armadilha comum, a espera das recompensas, poucos nesta situação fazem o que fazem por amor ao próximo, fazem com a expectativa de serem reconhecidos pelo próximo.

Há os que procuram os caminhos do politicamente correto, seguem as regras, mas raramente tem consciência das necessidades, nunca serão reprimidos por isso, mas que contribuição poderiam trazer ao se apoiam apenas no que já está definido, nas regras, sem criatividade ou riscos, carente de desafios pessoas politicamente corretas tendem a inflexibilidade, não sonham com o futuro, geralmente reagem e se apegam ao passado.

Certamente centenas de outras motivações poderiam ser citadas aqui, como positivas ou negativas, sempre há os dois lados em cada uma delas, e provavelmente nesta minha curta experiência eu não tenho qualquer direito de julgar a escolha de cada um, somente a minha.

Talvez todas as motivações sejam corretas e adequadas a uma determinada situação.

Felizmente, nós seres humanos pensantes temos o direito de fazer escolhas, o tal livre arbítrio, usamos desse direito pra escolher o caminho a cada situação que passamos. Podemos até escolher vários caminhos e segui-los simultaneamente em alguns casos, isso multiplica o trabalho e aumenta os riscos, claro.

E o que pode nos ajudar nas escolhas?

Considero os caminhos que escolhi como caminhos demorados. Desenvolvendo o auto-conhecimento poderemos ver o que nos motiva em cada situação, treinando nosso bom senso podemos tomar caminhos adequados a nossa necessidade a cada instante, mas é fundamental em qualquer um desses caminhos observar os limites, nem sempre claros, que devem ser respeitados.

Os limites podem ser comparados a despenhadeiros, se ultrapassarmos a linha de segurança os riscos são altos, podemos não estar preparados para enfrentá-los. Correr ou não esses riscos também é uma escolha que devemos tomar.

Provável problema está em não enxergar um limite, isso sempre leva a uma situação de exceção, algo que precisará receber atenção e ser corrigido, essa correção sempre demandará muita energia e inevitavelmente trará perdas. Não há perdas boas, mas sempre somos os únicos responsáveis por nossas perdas, especialmente pela desatenção a nós mesmos e a nossos limites.

Assim, para acertar, basta entender o que nos motiva, estar atento aos limites que estamos preparados para enfrentar, escolher os caminhos que podem nos levar aos nossos motivadores e conscientes dos muitos fatores escolhidos e tratar as consequências que vierem com eles.

 

Abraço a todos

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