Nesses tempos modernos que valorizamos tanto os prazeres é compreensível a conotação negativa que temos sobre alguma atitudes, especialmente as que parecem ir contra nossos instintos mais íntimos. Imagem
Qualquer pessoa entende rapidamente o prazer de um chocolate, de uma festa animada ou de um simples elogio, a percepção de ganho desses é tão veloz quanto a duração deles em nossas vidas, e a boa sensação trazida acaba por levar a um comportamento semelhante aos vícios, queremos mais e mais, não nos impomos limites, frequentemente nos deixamos dominar por esses pequenos prazeres de forma inconsciente.
 
Ocorre que limites não nos dão prazer! Tão pouco são valorizados em uma sociedade que procura a intensidade como meta, o muito se torna necessário para o mérito, e indo mais além, limites são vistos como sacrifício, outra sensação que temos como ruim!
 
ImagemEntretanto, isso ao meu ver é uma distorção da realidade, os limites são importantes para que possamos evoluir como pessoas, são limites corretos que amenizam o caminho que seguimos, permitem que possamos aproveitar os bons momentos sem sofrer duros golpes com os momentos difíceis, há limites para ambas as direções, e melhor conhecendo a nos mesmos podemos avaliar todos com sabedoria.
 
E quando o limite nos leva a um sacrifício, seria isso uma punição? Não para muitas culturas!
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Desde sempre a busca por se aproximar do sagrado, algo superior a vida mundana e superficial, todas as culturas que conheço entendem que algo muito especial deve ser feito com boa vontade, a tarefa de se aproximar do sagrado nunca foi vista como algo fácil, nem tentador, e sim como um trabalho que envolve valores reais como dedicação, esforço e paciência.
 
O trabalho que permite o desenvolvimento desses, e outros, valores importantes, sempre foi visto como um trabalho sagrado, um ofício sagrado, ou um “sacro ofício”, por isso o sacrifício quando presente em nossas vidas não é uma punição, na verdade trata-se de uma oportunidade de evolução, e podemos através destes momentos nos aproximar de algo superior, algo sagrado, e certamente não há na vida coisa melhor.
 
Difícil é aceitar que algo que nos restringe é bom, sorrir e aproveitar a plenitude do sacrifício como fazemos tão naturalmente em uma festa, entender que se esses momentos nos acompanham somos pessoas de grande mérito e estamos vivenciando momentos únicos de evolução e isso só pode nos fazer bem!
 
Há na história algumas passagens interessantes….sinceros agradecimentos a quem um dia me contou, mas como se misturam as lembranças peço perdão por não citar os nomes aqui.
Os Maias promoviam competições para comemorar as colheitas, nestas equipes disputavam em território sagrado (templos) jogos que eram muito valorizados, os vencedores eram considerados quase deuses, mas o capitão da equipe vencedora era sacrificado, por livre e espontânea vontade era decapitado ao final das comemorações, uma grande honra a ele, extrema, mas mostra o quanto a consciência do sacrifício estava presente nessa cultura.
 
Os Samurais japoneses, eternizados na literatura pela honradez e atitudes éticas que tinham como princípios, cultivavam diversos rituais e regras que impunham limites a atos extremos como tirar a vida de um “inimigo”.
 
Em outras culturas é a consciência do sacrifício determinou costumes, como o de o homem ir a frente de da mulher, diferente do costume das cortes europeias e sem qualquer conotação machista, o homem, de constituição genética mais forte tinha a função, ao ir a frete do grupo, de proteger os que o seguiam de ataques inesperados, proteger do perigo e se sacrificar por aqueles que ele amava se necessário.
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Há também o sacrifício das mães e pais, que em muitas vezes instintivamente abandonam qualquer desejo, sonho ou prazer próprio, em função de seus filhos, independente de esses um dia retribuírem esse amor. Sabem, por instinto, que essa atitude é algo maior!
 
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Enfim, entre muitos exemplos que poderia citar e outros que desconheço, a mensagem que gostaria de deixar por aqui é como limites e sacrifícios são fundamentais para o amadurecimento das pessoas, como são esses momentos fantásticos, embora difíceis, que nos tornam pessoas melhores, tornam eternas pequenas atitudes, nos aproximam do sagrado e com isso tornam nossas vidas melhores, mas para que possa
mos ter a plenitude desses ensinamentos não devemos fazê-los em troca de algo, e sim simplesmente para que possamos evoluir como seres humanos.
 
A recompensa pelo sacrifício é nossa própria evolução. Que não precisa ser anunciada, ouvida, contada em segundos ou vista de longe, esta deve apenas nos satisfazer!
 
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Abraço a todos e bom fim de semana!

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