Água viva nas praias do Maranhão
Se você já leu outros artigos nesse blog deve ter reparado nas fotos, e claro já desconfia que eu gosto muito de fotos, não das que sou o assunto, mas daquelas que escolho o assunto, a composição e a luz :)… Há até alguns bons amigos que gentilmente gostam das minhas fotos, 🙂 digamos que algumas eu até acerto, mas fotografar para mim é muito mais que coletar uma imagem. Resolvi compartilhar com vocês porque gosto tanto de tirar fotos.
Casa de Barcos em Trindade – RJ
Numa foto é possível se captar mais que uma lembrança, nela podemos encontrar um sentimento, uma preferência do que é importante em determinado assunto, e porque não dizer um momento único, preservado para apoiar a memória quando for solicitada. O mais interessante é o quanto ela é limitada, restrita a um espaço ínfimo quando comparado ao que os olhos são capazes de ver no mesmo momento em que a foto é tirada e mesmo assim quanto pode representar.
A mesma foto tem um significado diferente para cada pessoa que a vê, quem a tirou vai certamente recordar o que buscava naquele momento, talvez o que sentia, com sorte lembrará das pessoas e paisagens presentes, quem sabe até traído pelos sentidos recorde do cheiro, do gosto, do calor que fazia ou o que o levou até aquele lugar. Certamente quem tira a foto é quem recebe o melhor retorno de uma foto, é quase como se ela o recompensasse pelo esforço.
Glaciar Grey – Patagônia Chilena
Eu gosto de dizer a quem me pede dicas de como tirar fotos que é necessário antes de tudo saber o que se deseja guardar, se é a paisagem ou a pessoa na paisagem, se é a cor, a luz ou a estética e a forma, nem sempre todos os aspectos são possíveis, mas se pensar alguns instantes naquilo que te atrai haverá uma característica que representa realmente aquele momento e é ela que deve buscar.
Para captar a imagem a técnica e algumas características clássicas de composição de imagem ajudam, mas elas nunca serão suficientes, as vezes são até intuitivas, sempre são simples.
Quem sai na foto também é recompensado, mesmo que não estivesse tão concentrado como quem está atras da máquina no momento, guarda seu lado da história, esse guardado em imagem. Ao meu ver, estar no lado da câmera que sai na foto é bem mais tenso, :), há a expectativa de sair “bem na foto” e esta para muitos supera a funcionalidade de eternizar o momento, sem falar que muitas vezes sair bem na foto é algo raro para algumas pessoas, como meu caso, :).
Vale na Chapada Diamantina – BA
No quesito assunto da foto eu prefiro separar as coisas, fotos de pessoas tem necessidades e objetivos muito diferentes das fotos de paisagens, por exemplo, ter os dois juntos sacrifica sempre uma das partes e geralmente piora muito o resultado, nem as pessoas nem a paisagem gostam da foto 🙂 .
Tucano na Chapada dos Veadeiros – GO
Eu gosto também de um efeito colateral da foto, quase que um poder divino: fotografar congela o tempo! Certamente você que me lê tem aquela foto que todos admiram, alguma proeza que foi eternizada eternizada, mas praticamente só você sabe que não é exatamente real, o momento foi captado algo como milésimos de segundo antes de um tombo, ou de um tropeço, é provável que o desastre oculto da foto tenha sido causado pela distração criada pela foto. De fato, fotos como essas são algo digno de admiração e certamente há a intervenção divina no momento exato que foi pressionado o disparador da máquina.
Já o lado do sentimento é uma escolha de quem tira a foto, pelo menos por enquanto a foto não perde algumas características depois que for capturada, o que está em fora de foco dificilmente voltará ao foco, o que foi cortado da foto, certamente não voltará a ela, e essa escolha é na maior parte das vezes somente intuitiva, não há tempo pra pensar geralmente, por isso carrega o sentimento do momento de quem a tira e acalenta a alma, não a razão.
Por se tratar de agradar a alma, foto boa é na maior parte dos casos uma conclusão subjetiva, quantos são os bons fotógrafos que embora tenham a técnica perfeita, não tocam nossa alma e quantas vezes aquela foto tirada em casa vai parar numa parede,prestigiada e ampliada para expor nosso sentimento, bem a mostra para que todos que temos próximo de nós sintam conosco ao ver aquela imagem, um ato generoso certamente.
Vale da Lua – Chapada dos Veadeiros – GO
Eu também lembro saudoso das películas de plástico, acho que exercitava minha ansiedade a cada foto, também a surpresa e a alegra de ver as fotos revelada era profunda. A experiência de revelar as fotos era mágica, especialmente as em preto e branco, aquela realidade em que faltavam as cores sempre me passou um charme impressionante, muitas vezes a foto era melhor que a realidade colorida.
Dunas nos Lençóis Maranhenses – MA
Enfim, sentado aqui na sala de minha casa, observo dezenas de fotos que mantenho na parede e em alguns porta retratos, cada uma de um cantinho do mundo que passei, recordo de pessoas que foram importantes pra mim, muitas nunca mais vi, recordo de momentos felizes, de contratempos que agora (e só agora!) parecem muito divertidos, de lugares fantásticos, e agradeço a tudo que esses lugares me ensinaram, nesse fim de semana sei que vou buscar algumas fotos que estão fora na parede no meu arquivo, 🙂 saudades! É pura magia!
Bom fim de semana a todos! Aproveitem para tirar algumas fotos
Omar
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