Não vejo problema algum em ser ambicioso, muito menos em batalhar pra ter algo melhor, uma vida melhor em termos financeiros por exemplo, também não questiono a subjetividade do que cada um considera suficiente, mas questiono os caminhos que cada pessoa está disposto a seguir para ter seu suficiente.

Sinos que se ouvem ao longe na montanha
Sinos necessários nos Alpes suiços pareceram demasiados pra mim, depois entendi, eram úteis e suficientes!

O suficiente, entretanto, é o que nos satisfaz, e isso pode variar a cada momento de nossas vidas, mas parece que poucos pensam nisso, poucas pessoas sabem o que os satisfaz e como consequência acabam perdendo sua noção de suficiente, se comparam com outras pessoas para pautar o que precisam e, acabam infelizes, afinal, como cada um de nós está em nosso momento de nossa vida, o que satisfaz a outros tem boa chance de nada significar realmente para nós, dai a comparação se torna um parâmetro falho.

Também vejo pessoas procurando a satisfação dos outros e não de si próprio, ou seja, não buscam o suficiente para atender seus desejos, buscam o suficiente para atender os anseios da sociedade, me parece outro caminho curto para a infelicidade, afinal quantas pessoas diferentes precisariam ser satisfeitas e acabamos sem fôlego ou disposição para satisfazer a todos. Exaustos e infelizes, 🙂

Jeriquaquara - Pedra Furada
O Intenso, inesperado é definitivamente demasiado para as pretenções humandas, mas suficiente para acalmar a alma!

Então o único caminho que me parece viável é satisfazer a si mesmo, e por incrível que pareça é o mais fácil também, não precisa saber nada sobre os outros. Entender o que é suficiente para você mesmo amplia seus conhecimentos sobre você como pessoa e ganha como bônus uma certa paz interior.

Além dessa paz interior perceberá que realmente o suficiente só para você é quase sempre menos que precisa para satisfazer os outros com quem convive, então o terá mais rapidamente, provavelmente com menos ou sem sacrifícios, será algo natural como chuva em um dia de verão, 🙂

Mas meu suficiente pode ser demasiado pra alguém, não pode?

Pode, claro, mas ai que entra a tal humildade, se tiver a consciência que o suficiente é para seus parâmetros somente, não precisará divulgá-lo ao vento, por que os outros precisariam saber? por que precisaria que te admirem por algo que tem ou fez para satisfazer a si próprio? Nos gabamos do que temos ou conquistamos por vaidade quase sempre.

Se não se exibe ou se expõe diminui a chance de ser julgado, digamos que os invejosos não o terão como alvo por nem saberem o que invejar e mesmo que eventualmente descubram, provavelmente irão considerar como adequado, não demasiado, afinal, você mesmo não vê aquilo como demasiado, não fica “humilhando ninguém” com isso, então é suficiente pra você.

A idéia pode ficar ainda melhor se pensarmos em mais alguns itens em nossa vida que podem e devem ser pensadas para se entender o que é suficiente, observe:

  • Se comêssemos apenas o suficiente para nossas necessidades, engordaríamos tanto?
  • Se falássemos o suficiente para nos comunicar diríamos tantas coisas desnecessárias?
  • Se déssemos atenção suficiente para as pessoas que são importantes para nós, elas reclamariam?
  • Se gastássemos o suficiente para nossas reais necessidades, não seria mais fácil guardar um pouco pra momentos imprevistos?
A folha sabe a importância de guardar um pouco do que vem do céu!
A folha sabe a importância de guardar um pouco do que vem do céu!

Entre muitas possibilidades, pense um pouco em sua vida, se surpreenderá!

Mas por outro lado, o demasiado se confunde com o o de menos, 🙂 vou comparar…

Se comemos demais, engordamos e adoecemos, se comemos de menos, emagrecemos, mas também adoecemos.

Se falamos demais as pessoas fogem de nós, se falamos de menos, elas não nos procuram, ficamos sozinhos de qualquer modo, 🙂

Se damos atenção demais a alguém, quase sempre sufocamos essa pessoa, ela foge para ter seu espaço, se damos atenção de menos, criamos a insegurança e a pessoa se afasta, perdemos então a confiança dela em ambos os casos.

Com dinheiro nem se fala, se gastamos demais ficamos com dinheiro de menos quando precisamos dele! 🙂

Enfim, pensar com calma e bom senso no que é suficiente para nós em cada momento de nossas vidas, em cada uma de nossas atitudes é fundamental para nosso equilíbrio, saúde, nossos relacionamentos e nossa felicidade.

A consciência do suficiente costuma vir também com outras consciências, :), como a do sustentável, do justo, do respeito alheio e todas as que ajudam as pessoas a se tornarem melhores, são os valores que cada um traz consigo e estes contribuem para uma sociedade melhor.

E eu espero que com todas essas consciências desenvolvidas você escolha sabiamente seus caminhos, por eles tenha sempre o suficiente, seja qual for o momento e as necessidades de sua vida. Garanto que a paz interior vem sem esforço. 🙂

Árvores

Abraço a todos e para os que vivem em Sampa, bom feriado.

Omar

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