Delta do Parnaíba no Piauí

Quando incluí no roteiro o Delta do Parnaíba minha expectativa estava em conhecer o maior (ou um dos maiores) Delta de Rio da América Latina, não dei muita atenção ao fato dele ficar no Piauí a princípio, eu sequer tinha me atentado ao fato desse estado ter litoral, ok, não é um grande litoral, são cerca de 60 quilômetros apenas, o menor do Brasil, mas essa característica pouco atrativa para turistas foi essencial pra experiência de cruzar do Maranhão ao Piauí pelas praias e dunas da Região, afinal mal se viam pessoas por lá.
 
Acordamos cedo no pontal de Brasília, as picku-ps já nos esperavam do outro lado da foz do rio Preguiças, o roteiro pelos Lençóis Maranhenses havia oficialmente terminado, nós seguiríamos pelas dunas e praias até Parnaíba, viagem confortável, com ar condicionado, tudo parecia tranquilo. 
 
No caminho uma parada por um ponto turístico, perdido no meio do nada uma árvore cresceu torta, mas reta, ficou conhecida como árvore penteada, vocês entenderão nas fotos. Em Parnaíba ficamos em uma pousada muito agradável, ela serviria de base para os próximos 4 dias, além do Delta iríamos circular por alguns parques no interior do estado, como Sete Cidades e Ubajara no Ceará.
 
A cidade também era simpática, o guia bastante comunicativo se esforçava para nos falar das belezas regionais, de como quase todo caranguejo consumido em fortaleza vinha dos mangues no Piauí e que o turismo não havia decolado por lá ainda, eu, curiosos gostei da conversa, meus colegas também, isso fez a viagem passar muito rápido.
 
A tarde livre nos fez passear por Parnaíba, claramente haviam resquícios de uma época mais rica na região, tempos dos engenhos de cana, hoje a economia girava em torno das palmeiras, tanto o Buriti que fornecia palha pros telhados e frutas saborosas, quanto a Carnaúba, que oferecia uma cera muito especial, soube até que a mesma era vendida para empresas de tecnologia por ser um excelente isolante elétrico e portanto de valor para produção de Chips, não posso esquecer do dendê, o famoso óleo era parte importante da culinária baiana, no caso lembro dessa informação ter me gerado a vontade de comer acarajés…. 
 
No dia seguinte já a bordo de voadeiras percorremos os mangues até o Delta, aquela imensidão de água impressionava, foi no Delta que presenciei pela primeira vez o encontro de um rio poderoso com o mar (poderoso, claro), e o efeito do encontro de águas totalmente diferentes, em cor, sabor e vida, grande experiência, o mais curioso é que esse encontro que promovia a existência os mangues, de água salobra, e a diversidade única de vida que existe nele, vivenciei aqui ver que a natureza fez a diferença extrema entre os dois ambientes promover algo melhor, não um contra o outro, mas um e o outro, somados, se tornaram ainda mais poderosos. 
 
Os outros dias desse ponto foram mais secos, seguimos para o interior, mas esses são outros destinos desse site, por hora veja as fotos da travessia entre os estados e o fantástico Delta do Parnaíba