Ilha Grande no Rio de Janeiro

Chegar até a ilha foi um pouco cansativo, eu não conhecia Angra dos Reis e nutria um a certa expectativa, que foi frustrada, a cidade é bem decepcionante, certamente a beleza que traz fama ao lugar vive nas ilhas que lá existem.
Mas a expectativa me manteve acordado na noite toda de viagem, tornando-a longa, mas depois que chegamos a ilha tudo correu melhor, o vilarejo ainda não tinha luz elétrica, mas ainda tinha um ar de vila de pescadores que me agradava.
No dia seguinte fomos a Praia Negra, bem ao lado de Abraão, o nome se deve a suas areias que quase formam um mosaico, é bem interessante, mas nessa praia há um presídio desativado, um dos primeiros do Brasil remonta ao império e as lendas locais dizem que eram encaminhados pra lá os criminosos mais perigosos, o motivo? O presídio tinha um método desumano para se evitar a uma superlotação.
Construído praticamente na areia da praia, em alguns pontos mais baixo que o nível do mar o tal presídio se via inundado a cada maré cheia, só isso já seria desumano, mas em alguns dias de ressaca da praia ele poderia ser praticamente todo submerso! Bem, de forma muito cruel algumas celas se tornavam vazias. Felizmente isso acabou há tempos.
Os passeios pela ilha estavam bem mal programados, 😃 era pra ser uma viagem de lazer, mas ninguém se incomodava com isso, as dicas iam surgindo no camping e nós íamos circulando, assim fomos a mais algumas praias naquele lado da ilha, nesse dia a diversão ficou por conta de uma jaca, sim, alguns de meus colegas se animaram a colher e carregar uma jaca enorme até o camping, depois todos nos fartamos, mas pagamos caro pela gula  praticamente todos tivemos algum tipo de revés alimentar no dia seguinte, ninguém, claro, dava o braço a torcer culpando a gula, nos limitamos a culpar a jaca.
Mas a melhor parte do passeio incluiu uma pequena caminhada, algo com cerca de 7km atravessando a ilha até uma praia belíssima, Lopes Mendes.
A trilha era bem tranquila, aberta e motivava muitas paradas em riachos e até mirantes com belas vistas da baia, passamos também por casas luxuosas, discretas e isoladas.
O calor não ajudava muito, e como andávamos em grupo, todos estavam muito descontraídos, a trilha larga permitia nos mantermos até 3 pessoas lado a lado na trilha, quase uma estrada 😃 e foi num momento assim, descontraído e rindo de alguma coisa dita na conversa que vi na margem da trilha, uns 2 metros a frente uma capitão do mato.
No susto eu estiquei meu braço para parar o colega que passaria mais próximo da tal cobra, mas subestimei a força e acabei derrubando o amigo, que num primeiro momento não entendeu nada e ficou ali no chão me questionando a “violência”, depois que recuperou o fôlego, agradeceu.
A tal cobra foi assunto pro resto do dia, minha força descompensada também, mas chegamos logo depois a Lopes Mendes onde passamos algumas horas, uma praia imensa somente pra nós, acho que nunca mais tive essa oportunidade.
Espero que gostem das fotos!